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As belezas do Jalapão

  • rapha248
  • 17 de jan. de 2018
  • 4 min de leitura

Quando se fala em Jalapão muitas pessoas pensam em deserto, muita areia e seca. Mas não é bem assim não. Apesar de ter ido lá recentemente, resolvi falar sobre ele agora, porque suas belezas são dignas de conhecimento de todos.


Acredito que a maioria das pessoas ouviram falar do Jalapão pela primeira vez devido às cenas da novela da Globo. Eu já tinha visto fotos antes e era um dos destinos que sempre quis visitar, e nesse verão eu fui, como voluntária pelo Naturatins.


O Jalapão é uma região que engloba vários municípios do Tocantins, sendo o mais próximo Mateiros, e nele se encontra o Parque Estadual do Jalapão - PEJ, a APA do Jalapão e outras áreas de conservação. Meu voluntariado foi no PEJ pela empresa Naturatins, uma empresa cuja sede fica em Palmas, capital do Tocantins.


Pra começar minha jornada, cheguei no aeroporto de Palmas e o pessoal do Naturatins foi me buscar. Junto comigo estavam mais dois voluntários e juntos ficamos do dia 10 ao 16 de janeiro.


Se você não gosta de aventura e passar perrengue, NÃO VÁ ao Jalapão. Se você pensa que é tudo pertinho e fácil como na novela, não se engane. Eu me surpreendi com o caminho, não era o que eu esperava, é muito cansativo, mas como já estou acostumada a passar umas dificuldades pra chegar nos lugares e eu estava convicta que valeria a pena, aguentei mesmo assim.


Saímos de Palmas e começamos nossa jornada. Primeiro pegamos duas horas mais ou menos de rodovia, alguns buracos, mas nada tão complicado. Mas quando chegamos em Ponte Alta do Tocantins pegamos a estrada de terra. Gente, imagina um pula-pula que anda, foi o que eu senti a viagem inteira. Foram 5 horas de estrada de terra sacolejando sem parar. Cada buraco que eu ficava me perguntando quando o carro ia quebrar a roda. No meio do caminho, paramos nos Cânions de Sussuapara. Ali eu já percebi que todo aquela jornada valeria cada sacolejo que eu sentia.


Cânions de Sussuapara

Com muito sacrifício chegamos ao nosso alojamento. GLÓRIA!!!!


No dia seguinte começamos o nosso trabalho. O Naturatins é responsável pela manutenção e cuidado das dunas, então lá era nosso posto de serviço. Pra chegar lá do nosso alojamento eram 15 km. Sim, todos os dias era sacolejo de 30 km, no final já tínhamos nos acostumado um pouco.


Quando chegamos lá, subimos para as dunas e o nosso trabalho era basicamente cuidar e avisar os turistas sobre as regras do parque. Eles não podiam subir ou descer o paredão principal, pois isso poderia acelerar o processo de assoreamento do rio que passa em volta das dunas. Além disso, eles não podiam comer, fumar ou ingerir bebidas alcoólicas lá em cima. Ficávamos lá mais ou menos das 16 às 18:30, que era o período que mais tinha gente, pois o pessoal vai lá para ver o pôr-do-sol.

Apesar de todas as regras, ainda tem gente que não obedece né? Por isso que estávamos lá, para manter a ordem e conservar o local.


Deixando de lado um pouco a parte do trabalho, minha impressão quando subi nas dunas pela primeira vez foi “Como é possível existir tamanha beleza em um lugar tão escondido?”. Sério gente, aquele lugar é incrível, não tem como explicar em palavras. Simplesmente perfeito!! Todos os dias que eu ia lá, tirava várias fotos, e cada uma ficava mais linda que a outra. No último dia de nosso trabalho, teve um pôr-do-sol digno de aplausos. Foi pra fechar com chave de ouro essa estadia no Jalapão.


Mas como eu falei, nem só de areia é feito o Jalapão. No dia 15, foi a nossa vez de turistar. Fomos levados aos pontos mais visitados para conhecermos um pouquinho desse paraíso. Primeiro, fomos na Cachoeira da Formiga. A queda dela é pequena, mas volumosa e forma um poço cristalino em meio as arvores, samambaias e palmeiras nativas. Quando você mergulha dá pra ver o fundo dela. É lindo!!


Cachoeira da Formiga

Depois da cachoeira, fomos conhecer os fervedouros. Ao todo são sete, de acordo com o pessoal de lá, mas conhecemos três. E valeu muito a pena. Pra quem não sabe, e eu não sabia, os fervedouros são nascentes de rios subterrâneos, entre brejos e riachos. Nos centros desses fervedouros existe uma concentração de azul transparente, que sempre brota areias claras. Essas características são responsáveis pelo fenômeno de ressurgência. Esse fenômeno faz com que seja impossível afundar na água. A pressão dessa ressurgência é tão grande, que independente do seu peso, você não afunda.


O primeiro que eu entrei foi no Fervedouro das Bananeiras. Quando eu cheguei nessa parte da ressurgência, a sensação foi de que eu estava caindo em areia movediça, porém sem afundar. Eu conseguia afundar minhas pernas até os joelhos, mas ao mesmo tempo eu flutuava. É uma experiência difícil de explicar, mas incrível de sentir. Além desse, conhecemos o fervedouro do Sono e o dos Buritis.


Fervedouro das Bananeiras

Fervedouro do Sono

Fervedouro dos Buritis

Enquanto eu estava lá, muitos turistas me perguntaram por que eu estava trabalhando de graça, o que eu ganhava com isso. Bom, sinceramente, pessoas que perguntam isso eu tenho certeza que nunca fizeram um trabalho voluntário na vida. Você me perguntar isso, é o mesmo que me perguntar por que eu como todos os dias. O trabalho voluntário pra mim é um alimento não só para o corpo, mas também para a alma. Estar num lugar daquele, podendo desfrutar da natureza todos os dias e ajudar a conservar aquele paraíso, me faz sentir tão bem, que não me importa ser de graça, é uma experiência que ninguém poderá tirar de mim.


Então, fica a dica. Se você pode ajudar de alguma forma e se sinta bem, vá e faça, pois a recompensa é gratificante. #jalapaoebruto


 
 
 

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